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Belém é a porta de entrada da região amazônica e parada obrigatória para quem quer conhecer o norte do Brasil. São quase 1,5 milhões de habitantes, gente hospitaleira e que oferece aos visitantes uma completa infraestrutura turística. A arquitetura setentista, assinada pelo italiano Antonio Gioseppe Landi, mesclada ao barroco jesuítico do século XVII, da um charme especial a cidade. Culinária para todos os gostos, frutos da natureza pródiga, da colonização portuguesa e das heranças indígena e africana. Uma miscigenação cultural e racial que também se faz presente no artesanato e folclore.
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É neste cenário que começou o XXVIII Congresso da Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores de Turismo. A abertura aconteceu no Hangar Convenções & Feiras da Amazônia, um centro de convenções ultra moderno e que recebe os principais eventos da Região Norte. Um grande indutor de empregos no setor de turismo e eventos. Em média, eventos de médio porte geram 500 empregos indiretos. Já os de grande porte geram o dobro. Muito mais do que um espaço de eventos, o Hangar é uma referência. A abertura contou com a presença de mais de 250 jornalistas especialistas em turismo de todo Brasil, além de autoridades municipais e estaduais, que também tiveram a oportunidade de ver as manifestações da cultura local é o pré-lançamento do Círio de Nazaré, principal festa do Pará e a maior procissão católica do mundo, que ocorre no segundo domingo do mês de outubro, quando uma multidão de cerca de dois milhões de pessoas percorre uma distância de 4,5 km, da Catedral até a Basílica-santuário de Nazaré.
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Os jornalistas também tiveram a oportunidade de assistir ao lançamento da coleção “Madonas do Barroco – A fé nos braços da Mãe”, em um desfile criado pela fotógrafa Walda Marques, 39 das 103 peças da coleção, inspirada nas Madonas do Barroco, foram mostradas. Criadas e produzidas por profissionais do Pólo Joalheiro do Pará, que funciona no Espaço São José Liberto, as jóias resultam de um workshop coordenado por Rosângela Gouvêa, designer de juiz e professora do curso de Design da Universidade Federal do Pará (UFPA). No trabalho de elaboração da coleção, os designers assistiram a palestras sobre história da arte barroca e visitaram o Museu de Arte Sacra, instalado no prédio histórico que abriga também a Igreja de Santo Alexandre.
Realizado pela primeira vez em Belém, numa promoção da Abrajet – Seção Pará e do governo do Estado, por meio da Companhia Paraense de Turismo (Paratur), o Congresso trouxe ainda profissionais de outros países, como Portugal, Estados Unidos, França, Espanha e Suriname.
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A programação foi diversificada, e não limitou-se somente a Belém, mas também visitas aos pólos turísticos de Marajó, Tapajós, Amazônia Atlântica, Araguaia-Tocantins e Xingu. Eu escolhi o pólo Marajó e os jornalistas que escolheram este destino embarcaram para Salvaterra, hospedando-se primeiramente na paradisíaca Pousada dos Guarás.
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Após grande almoço de boas vindas, seguimos para a Vila de Joanes, vila de origem pesqueira, onde se encontra as ruínas da primeira igreja jesuítica no Marajó, construída no século XVII. É local de ocupação colonial, por onde, possivelmente, se deu a chegada dos portugueses à ilha. Na vila há a praia de mesmo nome, conhecida por seu aspecto bucólico e tranqüilo, com parte do litoral formados por falésias, onde se encontram as maiores altitudes da ilha. A noite todos fomos brindados com show folclórico na Pousada dos Guarás.
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No segundo 2º Dia (Domingo) fizemos um pequeno percurso terrestre, com travessia em balsa pelo rio Paracauari, chegando a cidade de Soure, chamada carinhosamente, de Capital do Marajó. A cidade é banhada pelo Oceano Atlântico é faz limite natural com a cidade de Salvaterra pelo rio Paracauari. Fizemos um tour panorâmico pela cidade, com paradas no Curtume (centro de artesanato de couro de búfalo), lojas de artesanato local. A Origem de Soure se deu a partir das atividades econômicas que propiciavam povoamento no período colonial, (data de fundação), seu traçado urbano. Na década de 70, dentro de uma política de desenvolvimento para a Amazônia, Soure foi escolhida com uma das cidades com "vocação natural" para o turismo. A partir daí vários hotéis foram instalados na cidade. Por essa razão Soure é a cidade que oferece a melhor estrutura turística da Ilha do Marajó. Eu particularmente não acho. Prefiro Salvaterra. A belíssima Pousada dos Guarás é na beira da Praia Grande, água doce e quente e conta inclusive com serviço de internet wireless.
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No dia seguinte nosso primeiro destino foi o Instituto Caruana, sede da escola da Pajé Zeneide, conhecida mundialmente pela sua bondade e dedicação a ecologia, às crianças e pelas suas curas. Todos ficaram maravilhados com a Pajé, que, de quando em quando pedia para cantar e, saborosamente soltava a voz. De lá, como ninguém é de ferro, o destino foi o Restaurante Paraíso verde. Na mesa peixes ao molho de camarões e caranguejos. Comida bem típica, caseira. De lamber os dedos. Em seguida visita ao artesão marajoara Rodrigo Guedes, que também, tira crianças das ruas e lhes ensina seu grande ofício com lições de ecologia. Ao final da tarde retornamos à Pousada dos Guarás para jantar e show de MPB.
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Já no dia seguinte nos mudamos em definitivo para Soure, desta vez para o Hotel Ilha de Marajó. Antes porém uma grande surpresa nos aguardava. Conhecemos a hospitalidade do Sr. Brito e Dna. Jerônima, proprietários da Fazenda São Jerônimo. Para quem não sabe, foi nesta fazenda que aconteceu o programa global "No Limite 03", apresentado pelo Zeca Camargo. Portanto o local dispensa apresentações. ESPETACULAR!. Vale lembrar que o Zeca também se hospedava em Salvaterra (Pousada dos Guarás). Passeios de charrete ou montados em búfalos e cavalos; caminhada em praia deserta e áreas de manguezais e um incrível passeio de casco (canoa de remo) pelos igarapés, margeados por majestosos manguezais (ecossistema costeiro que no Pará, as árvores alcançam mais de 15 metros de altura). INACREDITÁVEL ! INESQUECÍVEL.
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Só após essa manhã INESQUECÍVEL, seguimos para o nosso hotel para almoço. Em seguida passeio, pela Praia do Pesqueiro, considerado um dos principais cartões postais da cidade. Após visita a praia de Barra velha, no retorno, parada no Batalhão de Polícia Montada (único no Brasil onde a polícia é montada em búfalos). Retornamos ao Hotel Ilha do Marajó, onde fomos brindados com grande jantar de encerramento com show de Carimbó.
Dia 27, Dia Mundial do Turismo. 4:30 da manhã, hora de deixar a ilha! Saímos do Porto de Camará-Salvaterra, e pegamos o barco de retorno a Belém. Depois de três horas e meia já estávamos em Belém. A noite o congresso encerrou-se no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas. Na ocasião a Abrajet Nacional e a Abrajet Pará prestaram homenagens aos apoiadores de seu XXVIII Congresso. O evento foi marcado pela apresentação da orquestra Amazônia Jazz Band, com repertório clássico amazônico.
Para muita gente envolvida com a atividade turística, o Brasil tem bastante o que comemorar neste 27 de setembro, Dia Mundial do Turismo. O país está mostrando ao mundo o vigor de uma economia em crescimento e é bem visto pelos turistas — 97,2% dos turistas estrangeiros que visitam o país indicam desejo de retornar, segundo o Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR). A razão disso reside, principalmente, nas belezas naturais do Brasil e na boa acolhida de seu povo, brasileiro: famoso pela alegria e pela generosidade. O desenho das construções, a cultura, a Natureza e a religiosidade fazem parte do roteiro dos que visitam o Pará.
Segundo a Profª. MSc. Marinete Silva Boulhosa, Turismóloga, Especialista em Educação Ambiental, Planejamento e Ecoturismo, Mestre em Antropologia, Professora efetiva do IFPA - Campus Belém, Coordenadora do Curso Técnico em Eventos - Programa E-tec Brasil - IFPA e Coordenadora da Área de Hospitalidade e Lazer do IFPA - Campus Belém: "A Ilha do Marajó está localizada ao norte do Brasil, nordeste do Estado do Pará, na desembocadura do rio Amazonas. É a maior ilha fluvio-marinha do mundo, com uma área de 49.606 Km2, formada por 12 municípios, que com outras ilhas, em destaque as ilhas de Caviana, Mexiana e Gurupá, formam o arquipélago do Marajó. Dividida naturalmente em dois grandes ecossistemas, a leste as regiões dos campos naturais e a oeste a densa floresta tropical, a ilha do Marajó possui destaque especial no Estado, no ponto de vista econômico, natural e turístico. No ponto de vista econômico, desde a colonização, a ilha é um dos mais importantes centros pastoris do Estado e destaca-se ainda por possuir a maior manada de búfalo do Brasil, sendo o primeiro lugar do país onde esses animais foram introduzidos, em 1895, pelo fazendeiro Vicente Chermont de Miranda. O búfalo, por sua docilidade e força, é também utilizado para o transporte de pessoas e cargas. Sendo no Marajó, na cidade de Soure, o único lugar no país onde a policia é montada a búfalo.
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Por sua dimensão geográfica, os recursos naturais da região são vastíssimos e possibilitam sua exploração sustentável de várias formas, e entre essas formas está o turismo. O turismo no Marajó começou a se desenvolver a partir da década de 70, através de uma política de desenvolvimento para a Amazônia, e Soure foi escolhida com uma das cidades com “vocação natural” para o turismo. A partir daí vários hotéis foram instalados na cidade. Por essa razão Soure é a cidade que oferece a melhor estrutura turística da Ilha do Marajó. Os atrativos turísticos do Marajó são representados pela diversifica fauna e flora, pelos vastos campos naturais, as zonas de floresta, praias desertas, pelas fazendas tradicionais como São Jerônimo, Bom Jesus, Sanjo, entre outras, que associam a pecuária ao turismo ecológico e rural. Esses recursos naturais são completados com a riqueza da cultura marajoara, manifestada através de suas crenças, danças, músicas, artesanatos, etc. Porém, apesar de seu potencial a atividade turística na ilha se apresenta pouco organizada e com demandas reduzidas e concentradas, reflexos, ao nosso ver, da necessidade de uma ação em conjunto do Estado, da iniciativa privada e da população receptora.
Para que o turismo ocorra corretamente e gere os benéficos esperados, é fundamental que alguns fatores sejam considerados, tais como:Política Pública de ação vertical – As ações governamentais muitas vezes beneficiam poucos. Suas ações pouco ou nunca alcançam os outros agentes envolvidos, que estão na base da oferta de serviço. Pesquisa - Há uma necessidade premente de se produzir pesquisas sobre o ecoturismo e turismo rural na ilha, que subsidiem ações do poder público e da iniciativa privada e ajudem a atividade desenvolver-se de forma sustentável. Planejamento Participativo - O planejamento turístico deve ser resultado de um trabalho coletivo, incluindo a sociedade e seus segmentos. Qualificação e absorção de mão-de-obra local – A população local precisa ser qualificada para atender o turista. Cabe ao governo e a iniciativa privada promover a qualificação e a comunidade exigir essa qualificação e inserção no mercado. Valorização da cultura local - As manifestações artísticas e culturais, devem ser incentivados, mas com uma preocupação clara em não descaracterizá-los ou vulgarizá-los. A valorização do conhecimento tradicional das comunidades - A cultura marajoara é marcada pelo acúmulo do saber sobre o hábitat natural. Esse etnoconhecimento marca a vida do homem marajoara e não pode ser desconsiderado em face do conhecimento científico e menos ainda do desenvolvimento do turismo. Acredito no turismo como atividade conservadora dos recursos naturais e geradora de riqueza, porém, para que haja um desenvolvimento real é necessário que a comunidade também cresça e seja beneficiada dos resultados positivos desta atividade".
O sentimento que fica é que a Amazônia é um lugar de rara beleza, extraordinária e que não é somente o pulmão do mundo, mas também o coração que pulsa muito forte. O novo e o velho, o moderno e o natural, fazem parte dos mistérios instigantes. De um lado a ciência, a medicina, e do outro lado uma doce Pajé. Praias de água doce. Gente hospitaleira. O ponto negativo é a falta de cuidado com o patrimônio público de séculos atrás, que merecem, como em Florianópolis, toda a atenção, preservação, cuidados e tombamento, pois é a história viva desse nosso imenso Brasil que ainda tem muito a ser conhecido. Principalmente agora quando o mundo voltará seus olhos para nosso país por conta da Copa do Mundo, a chamada Copa Vede, de acordo com os compromissos por nós assumidos, e pelos Jogos Olímpicos de 2016. O horizonte que se descortina é espetacular, uma oportunidade para nos consolidarmos internacionalmente como um destino sustentável e relevante. Que todas as propostas saiam efetivamente dos papéis e os discursos se tornem realidade para o bem do Brasil e do mundo.
O momento que se desenha para o nosso turismo tinge de verde e dourado. Uma oportunidade de ouro para essa indústria que é a mais rentável e limpa do mundo. Espero sinceramente que não percamos essa carona, nos reafirmando como vocação turística, solidificando os benefícios que essa atividade traz para a nossa economia. O futuro é agora e o Pará é um gigante, verdadeira joia da Amazônia.